11 abril 2008

Em um mundo estressante, viver por música é impossível. Mas viver a música talvez se torne algo mais fácil, dependendo das circunstâncias.
Quando algo incomoda, ou comove, ou quando simplesmente não conseguimos parar de pensar, as músicas tocam bem mais do que quando resolvemos prestar atenção. Quem nunca se pegou cantarolando uma música que nem sabe quando e onde ouviu? Eu particularmente tenho uma certa doença que me faz lembrar de uma música para quase toda frase que chega aos meus ouvidos. Muitas destas músicas são velhas, muitas eu nem mesmo sei quando foi que eu ouvi.
Essas frases, que soam como expressões pré-fabricadas, quase sempre são utilizadas para finalizar uma idéia, ou para sintetizar um sentimento. Nessas horas, percebemos que frases feitas caem muito bem.
Nada melhor para um tímido, do que uma música para falar para o mundo o que ele não tem coragem. Mesmo que essa música venha cheia de clichês, o alívio pelo desabafo mudo se torna o fim que justifica o meio. Desabafo mudo porque, ao cantar uma música, você fala sem dizer, diz sem falar e não deixa claro se você está sentindo ou apenas cantando.
Dias atrás, eu, com medo dos clichês, ouvi, dentre outras verdades, que as palavras são as mesmas e que não há de que se envergonhar. Num mundo de palavras limitadas, o clichê é essencial.

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