Esses dias, quando estava conversando com um amigo meu num mercado de um colega, chega um senhor (conhecido do dono do mercado), pede uma cerveja, não se senta e começa a conversar com a gente. Um fato que me chamou atenção é que ele nunca sentava, e sempre estava com um pedaço de papel na mão, fazendo e desfazendo dobras o tempo todo, mesmo naquele dia em que faltava energia e estávamos à luz do farol do carro e de umas poucas velas. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que ele é um funcionário do Banco do Brasil afastado por uma doença na coluna (fato que o impede de sentar em dias de crise) e que o hobby dele é fazer origamis. Quando menos esperávamos ele saiu com um elefante de papel, numa perfeição que deixou todos boquiabertos. Pronto; o origami passaria a ser o assunto da noite. Nessa conversa ele nos disse algumas coisas que me deixou intrigado e com vontade de começar a fazer algumas dobraduras de papel por aí. Ele me disse que começou a fazer origami quando, em uma sala de espera de um consultório, viu uma senhora fazendo para a neta que aguardava com ela a consulta com o cardiologista. Quando chegou em casa, ele começou a pesquisar na internet sobre origami e no youtube começou a assistir alguns vídeos que ensinam como fazê-los. Disse também que desse dia em diante não parou mais. Antes de terminar essa parte da conversa, ele nos apresenta mais uma de suas obras de arte: um carangueijo de uma perfeição incrível. Pensei comigo "esses japoneses inventam cada coisa!". Pois bem, depois de todo mundo elogiar o carangueijo, ele disse que tinha um mais complicado e que iria fazer enquanto conversávamos. Nessa parte da conversa, ele tocou no ponto que mais me chamou a atençao: o poder que o origami tem de ocupar nossa mente. Ele me falou que quando está com a coluna doendo, começa a fazer as figuras para as crianças que tem em sua casa, e, sua mente, acaba "esquecendo" que a coluna está doendo. Pronto! Descobri uma coisa que iria me ajudar a não pensar em algo que me atormenta a dias. Antes do fim da conversa, ele nos apresenta um escaravelho (ou besouro-elefante) que é muito mais bonito que o carangueijo. Saí de lá decidido a tentar fazer origami. Hoje, resolvi entrar no youtube e buscar pelo vídeo que ensina a fazer o elefante de papel. Depois de algumas folhas rasgadas, outras abandonadas pela metade, finalmente consegui. Depois, ainda fiz mais um, para provar para mim mesmo que não era uma simples "cagada". Quanto a não pensar no que me atormenta... não adiantou. Continuei pensando e fazendo o elefante. Talvez por isso eles ficaram meio desengonçados (veja abaixo). Acho que vou partir para o carangueijo pra ver se paro de pensar.
01 setembro 2007
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Um comentário:
Eu vou confessar: estou chocada! Quarta-feira eu, misteriosamente, comecei a me interessar por origamis e resolvi aprender a fazer. Minha fonte de ensinamento? Vídeos no youtube! Que coincidência assustadora!
Mas só sei, até agora, fazer tsurus...
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